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Massacre No Quênia: Membros De Seita Tiveram Órgãos Removidos
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Além da remoção de órgãos, alguns corpos apresentavam sinais de violência e afogamento
- Por Anderson Santos
- 09/05/2023 18h35 - Atualizado há 1 ano
De acordo informações da AFP (agência de notícias francesa), parte do grupo que foi morto em uma seita no mês passado, em uma floresta no Quênia, tiveram seus órgãos removidos.
O resultado da autópsia saiu nesta terça-feira e chocou o mundo devido à brutalidade das mortes.
Mais de uma centena de corpos, a maioria de crianças, foram encontrados até agora na investigação do "massacre da floresta de Shakahola".
A maioria das vítimas, segundo as autópsias, morreu de fome, possivelmente após seguir as pregações de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional das Boas Novas, que promovia o jejum como forma de "encontrar Jesus".
Em alguns casos, constatou-se que houve estrangulamento ou espancamento até a morte, disse o chefe das operações forenses, Dr.Johansen Oduor.
Agentes de segurança carregam jovem resgatado da floresta em Shakahola, no sul do Quênia — Imagem: reprodução
"Relatórios de autópsia apontaram a falta de órgãos em alguns dos corpos de vítimas que até agora foram exumados", revela um documento judicial.
A polícia afirma que se trata de um tráfico bem coordenado de órgãos humanos envolvendo vários autores, mas não deu maiores detalhes.
Os Pastores
Nesta segunda-feira, um documento da Direção de Investigações Criminais (DCI) solicitou o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, que foi preso em 28 de abril no caso e libertado sob fiança na última quinta-feira.
Segundo o DCI, o influente pastor recebeu "enormes transações em dinheiro" dos fiéis, por intermédio do pastor Mackenzie. Este, por sua vez, induzia as vítimas a venderem as suas propriedades como um suposto “dízimo”.
Ezekiel Odero teve mais de 20 contas bancárias congeladas por 30 dias por ordem do tribunal de Nairóbi.
Nesta terça-feira, as buscas por corpos e valas comuns foram retomadas na floresta de Shakahola, após uma pausa devido ao mau tempo.
"Os esforços para buscar e resgatar pessoas (...) continuam", disse o ministro do Interior, Kithure Kindiki, que estava presente no local.
No dia 2 de maio, os promotores anunciaram que o pastor Mackenzie será processado por "terrorismo".
Espera-se também que nesta quarta-feira (10), um tribunal em Mombasa, a segunda maior cidade do Quênia, decida se deve estender a detenção do pastor por mais 90 dias.
Os pastores Ezekiel Odero e Paul Mackenzie — Imagem: reprodução